sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Interrelação entre rotas

INTER-RELAÇÕES DE ROTAS
         Para entendermos este assunto precisamos analisar os exercícios nos diferentes tempos de prova. É indispensável conhecermos as diferenças conceituais de intensidade absoluta e intensidade relativa. A primeira expressa sempre uma unidade física e a segunda considera o indivíduo e é expressa percentualmente. Termos relativos vão expressar sempre percentuais do máximo, o máximo do indivíduo naquele exercício na comparação com o próprio indivíduo.

         Analisemos o gráfico:

           

       Para qualquer dos tempos que aparecer 10s, 20s, 3min. A 100%%, obviamente regulamos a velocidade absoluta de forma a adequar o tempo de prova. Como funciona: fazendo o teste de 10s de duração a 100% temos a predominância da creatina fosfato, uma contribuição da glicólise anaeróbia e uma contribuição pequena de aeróbio. Analisando uma prova mais longa 400m, recorde mundial de 50s, temos predominância de glicólise anaeróbia, CP, e glicólise aeróbica subindo. Uma prova de 3000m, 9min há aeróbio, anaeróbio láctico e pequena contribuição de creatina fosfato. Este gráfico é interessante, mas tem um problema: ele trabalha com o aeróbio com se fosse uma coisa só. Mas sabemos que o aeróbio tanto pode ser glicolítico como lipolítico. Vejamos outro gráfico separando o aeróbio glicolítico do lipolítico também numa análise percentual de energia frente ao tempo:


Numa prova de 1500m é cumprida em 5min a 100%%. Rota predominante aeróbio glicolítico. Prova com 20min a 100%, rota meio a meio. Carboidrato e gordura. Uma meia-maratona 1h15min predomínio de lipídios com contribuição de carboidrato. Este gráfico também apresenta uma curiosidade. Que para iniciar a queima de gordura necessito de pelo menos 20min. O que é na verdade um grande equívoco. A utilização de gordura ou carboidrato não é uma expressão de tempo é uma expressão de intensidade. Dependendo da intensidade o teu organismo vai recrutar este ou aquele sistema. Dependendo de quanto precisamos de oferta        energética.

Exercícios de Treinamento

É fácil de analisar quando falamos de exercícios cíclicos. Corrida, natação, remo. Nos esportes cíclicos os tempos de intensidade estão bem definidos. Grupos de corrida. Se perguntarmos a um corredor o tempo que ele vai fazer nos circuitos de 5000m ele te responderá o tempo porque está habituado a isto. O problema é o trabalho cíclico, futebol, basquete. Estas atividades são de baixa intensidade e alta. Como avalio esportes que são de baixa intensidade, média, e até alta intensidade alternando. Como o nado sincronizado, dança, lutas. Primeiro tenho que conhecer muito o esporte. Trabalho com vôlei tem que saber quantos saltos o jogador dá por jogo. Futebol quantos tiros o jogador dá por partida. Como funciona no futebol. Um jogador percorre cerca de 10km por jogo. Caminha, trota, anda de costas, anda de lado, arranca. Se ele corresse 10km seria simples bastava treinar durante uma semana 10km, noutra 5km, alternando a intensidade. Mas no futebol não é assim que funciona. Ele dividi os 10 km em caminhada, trote, corrida e tiro. Onde ganhamos o jogo? No tiro. Desses 10 km mais ou menos 500m são de tiro. São 70 tiros de 7m. Temos que lembrar que futebol é um esporte territorial o objetivo antes do gol é dominar o território. O que acontece gastamos um destes tiros para chegar até a bola. E se tiver um jogador pouco móvel que dá menos tiros, outro jogador tem que compensar para ocupar o território. Qual a rota? Quanto tempo dura para percorrer 7m, um tiro: 2s em alta velocidade. Rota creatina fosfato. Só que temos que treinar o atleta para dar 70 tiros de 7m. Não só um tiro, e no nosso treino temos que fazer dar tiros de 2, 3,7 e 20m. Perda de tempo treinar tiros de 100m, temos que treinar o que é real no futebol. Pensando bioquimicamente, 1 tiro é creatina fosfato, mas 70 tiros isto não se confirma. . São em média 40 tiros no primeiro tempo e 30 no segundo pela intensidade que baixa no segundo. 40 tiros é 1 tiro por min. Vai haver pouco tempo para repor a creatina fosfato que realizamos por tiro. A consequência, começamos a usar mais glicólise anaeróbia e acumulamos lactato. Temos que montar um treinamento para melhorar a creatina fosfato e melhorar a tolerância à acidose láctica que vai sendo produzida por jogo. Saímos do campo e vamos para o futsal. Praticamente diminui a distância, a principal diferença está nos intervalos. No futsal dou um tiro de 7m e não tenho 1min de intervalo. Consequência temos intervalos muito mais curtos e o tempo de reposição da creatina fosfato é muito menor e com isso precisamos mais de glicólise aeróbia. O futsal é em termos de acúmulo de lactato mais intenso que o futebol. Com isso temos que treinar sequência de tiros com intervalos curtos. Vamos para as lutas, o Box. Olimpico e profissional. No olímpico tenho pouca possibilidade de nocaute, treino o quê? Golpes, pois há muita pontuação. Entro batendo, batento, tudo isso num intervalo de 3min que é o tempo do round. O que é isto metabolicamente? ATP, CP e glicólise anaeróbia. O boxe profissional, 10 ou 12 rounds, não dá para bater o tempo todo é muito round, não suportamos. Temos que treinar resistência anaeróbia. 12 rounds de 3 min com 1 de intervalo com intenso movimento de perna dos membros inferiores, metabolicamente aeróbio e membro superior metabolicamente anaeróbio. E a dança? Qual a rota? Pode ser muitas. Há momentos de baixíssima intensidade e longa duração, em compensação muda tudo, alta intensidade num tempo curto.
    

     

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