sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

GÔNADAS E EXERCÍCIO

GÔNADAS E EXERCÍCIO
Sempre lembrando que as gônadas são influenciadas por LH/FSH. São hormônios hipofisários. A hipófise é estimulada pelo GNRH que é o hormônio de liberação das gonadotrofinas que é hipotalâmico. Aqui diferente das outras glândulas temos duas gônadas que são os testículos e ovários.
No homem a secreção de LH/FSH é mais estável. Ela tem pouca variação dia-dia, hora a hora. Em compensação a secreção de LH/FSH na mulher é pulsátil, temos pulsos de hormônio, significa que a cada momento temos flutuações. Isto gera na mulher uma ciclagem hormonal que não existe no homem.
Na mulher o ciclo hormonal normal é de 28 dias. Logo no início do ciclo temos um aumento do LH/FSH que estimula a formação de folículo. Estes pulsos de LH/FSH vão estimular a maturação folicular e em consequência a maturação do óvulo. Quando o folículo começa a crescer ele começa a produzir estrógeno que vai aumentar e inibir o LH e FSH. O estrógeno funciona induzindo a angiogênese. O folículo depois de suficientemente aumentado ele rompe e cai a secreção de estrógeno. Vamos liberar o eixo hipotálamo-hipofisário que estava sendo inibido pelo estrógeno e aí temos um pico de LH/FSH. De 16 a 24 horas após o pico vai haver o desprendimento do óvulo do interior do folículo, fenômeno chamado de ovulação no décimo quarto dia. Após, o líquido intracelular que também sai junto com o óvulo e assume função secretória formando o corpo lúteo. Este corpo vai secretar a progesterona e esta que vinha baixa vai aumentar, o estrógeno que caiu volta a subir e temos a elevação tanto de estrógeno como progesterona e neste caso LH/FSH permanecem baixos. O estrógeno e progesterona estão altos porque a menina acabou de ovular e a função dos dois é manter o óvulo viável por até 72 horas, tempo para a fecundação. Após este tempo ele começa a degenerar, se o óvulo não for fecundado todo o processo secretório entra em falência e tudo volta aos níveis de normalidade. Os estímulos se perdem e a secreção de estrógeno e progesterona cai, o corpo lúteo se desfaz e o próprio óvulo se desfaz. Com isto o LH e FSH aumentam. Agora, se a mulher engravidar o estrógeno e a progesterona vão aumentar e permanecerem altos durante toda a gestação.

Neste processo fisiológico normal o exercício em nada gera consequências, porém em condições anormais há interferências. Atletas, que treinam com grandes volumes e intensidades elevavam o percentual de gordura a níveis muito baixos e não menstruam. Chama-se amenorreia atlética. Por quê?  O processo de esterificação é um mecanismo químico que o organismo faz de determinados lípides. Nós precisamos de colesterol para formar estrógeno, progesterona e testosterona que são hormônios esteroides, ou seja, se não tivermos colesterol em nível adequado não formamos hormônio esteroide. Uma mulher muito magra vai ter a supressão da elevação de estrógeno e progesterona, pois não tem colesterol em nível adequado circulando. E aí ela para de menstruar. A consequência é a osteopenia (fragilidade óssea) porque o estrógeno tem relação com a mineralidade óssea. A grande maioria das atletas de fundo são amenorreicas.
No homem a fisiologia endócrina gonadal é simples. Não tem muita flutuação. O LH e FSH estimulam o testículo a produzir os espermatozoides e, além disso, as células de leigh vão produzir testosterona. A primeira diferença é que as células germinativas no caso os espermatozoides são continuamente produzidos ao longo da vida sexual do homem, claro que há uma diminuição com a idade. O homem não nasce com um número fixo de células germinativas como nasce a mulher. Uma mulher de 32 anos tem um óvulo de 32 anos; um homem de 32 anos tem espermatozoide de 48 horas. A célula germinativa da mulher tem a sua idade; no homem tem 48 horas.
Chegamos à testosterona, como é um hormônio esteroide precisa de colesterol para sintetizar. E ele tem uma função anabólica fundamental: trabalho junto com o hormônio do crescimento para estimular a síntese proteica resultando ganho de massa muscular. A relação com o exercício é simples. Quanto mais intenso o exercício maior é a secreção de testosterona e maior o nível de testosterona. E isto justifica o ganho de massa muscular com o exercício de alta intensidade.


Quadro comparativo supra fisiológico de testosterona

HOMEM
MULHER

Maior massa muscular
Mais força e potência
Maior massa muscular
Mais força e potência
Curto-prazo
Menos pelos
Aumento de voz
Ginecomastia
Diminuição espermatogênese
Amenorreia
Aumento de pelos
Diminuição da voz
Atrofia mamária
Hipertrofia clitoriana

Médio-prazo
 Esterilidade
Impotência
Perda da libido

Esterilidade
Impotência
Perda da libido
Longo-prazo
Neoplasia hepática e prostática
Neoplasia ovário, útero e mama
      
SEXO
São 5 fases: Excitação, ereção, penetração, orgasmo e resolução.
Excitação e ereção dependem do aumento da atividade parassimpática envolvendo a acetilcolina que vai produzir a dilatação da artéria peniana e artéria clitoriana que são análogas levando a ereção. E a contração da veia peniana e da veia clitoriana que são análogas. Temos a vaso dilatação da artéria e a vaso constrição da veia garantindo o fluxo e evitando o refluxo. Acontece o intumescimento dos corpos cavernosos penianos e clitorianos que vão levar a ereção. Então é fundamental o aumento da atividade parassimpática. Se tivermos um aumento da atividade simpática, lembrando que esta atividade envolve adrenalina e noradrenalina temos a vasoconstrição da artéria peniana e da artéria clitoriana. Resultado: perde-se a ereção. O que se vê é que o estresse diminui a libido, por causa deste fenômeno. A fase seguinte é a penetração, com consumo de oxigênio muito baixo (14 ml/kg/min) e gasto calórico irrisório. O orgasmo dura alguns segundos a frequência cardíaca chega a 180 aproximadamente. A última etapa é a resolução: em função de toda esta atividade há um aumento da função simpática que media o aumento da frequência cardíaca, da contração muscular produzida pelo orgasmo e aumento da pressão arterial e aumento da dilatação das pupilas. Quando falamos em simpático tratamos de adrenalina e noradrenalina. Resultado: vasoconstrição e perda da ereção.
Curiosidades
Sexo na véspera de jogo competitivo não altera o desempenho, o gasto energético é muito baixo. Já foram feitos estudos neste sentido e nenhum marcador foi modificado.
Se o consumo de oxigênio é de 14ml/kg/min para pessoas saudáveis e isto é considerado baixo. Para cardiopatas é altíssimo, pois o seu consumo é próximo de 12ml/kg/min. Ou seja, cardiopatas devem abster-se de atividade sexual. 


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